Cúpula do plástico: um novo tratado global para conter a poluição plástica
Representantes de 193 países irão se reunir na África, para realizar a 5ª Sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente para um acordo global para o desenvolvimento sustentável.
Representantes de 193 países irão se reunir em Nairóbi, no Quênia, África, para realizar a 5ª Sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, de 28 de fevereiro a 2 de março, com a finalidade de tratar um acordo global para um desenvolvimento sustentável.
O tema geral desta assembleia é: “ Fortalecendo as Ações da Natureza para Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ”, destacando o papel fundamental que a natureza desempenha em nossas vidas, nos âmbitos social, econômico e ambiental.
Este evento será uma oportunidade para os Estados Membros da ONU compartilharem as melhores práticas de sustentabilidade, sendo uma forma de impulsionar os governos a desenvolverem medidas e ações para proteger e restaurar o mundo natural do qual nossas economias e sociedades dependem.
Nessa assembleia, será formado um comitê de negociação para elaborar um documento global destinado a estabelecer práticas sustentáveis e medidas que reduzam a poluição, principalmente a provocada pelo uso do plástico.
Uso insustentável do plástico
Um dos objetivos dessa assembleia é elaborar um novo tratado global destinado a conter a poluição plástica, que é um dos problemas que mais impedem o desenvolvimento sustentável.
O uso excessivo do plástico, a falta de programas de reciclagem e de reaproveitamento de resíduos plásticos, resultam no despejo de cerca de 11 milhões de toneladas desses materiais nos oceanos.
Segundo um estudo publicado na revista Science, uma proposta criada durante a COP-26, determina que cada nação adote planos de ação, estabeleça metas e crie um sistema de monitoramento para reduzir a poluição dos oceanos.
Uma das primeiras atribuições desse acordo internacional consiste em rastrear a quantidade de material que entra e sai das linhas de produção, e também quantificar a quantidade de plástico reciclado usado na fabricação de novos produtos.
Para coletar esses dados, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, tem trabalhado para aumentar a capacidade de monitoramento com programas de treinamento e cursos online.
Desafios da 5ªAssembleia Ambiental
A 5ª Assembleia Ambiental terá como desafio o gerenciamento das questões propostas pela COP – 26 e de colocá-las em prática.
Um desses desafios é reduzir a poluição provocada pelo descarte do resíduo plástico. Problema que é agravado pelo fato de apenas 9% do plástico no mundo ser reciclado.
Além desse desafio, existe outro decorrente da pandemia, porque o plástico passou a ser muito usado para a produção de materiais descartáveis na área da saúde, o que tem gerado o excessivo descarte de lixo plástico hospitalar.
A OMS estimou que, entre março de 2020 e novembro de 2021, 87 mil toneladas de equipamentos de proteção individual (máscaras, luvas e viseiras faciais) foram enviadas para apoiar os países durante a pandemia, sem contar o descarte de testes e materiais envolvidos nas vacinas.
Os prejuízos do lixo plástico
Além de ser um material difícil de reciclar, o plástico demora para se decompor, sendo altamente poluente e causador de prejuízos imensuráveis.
Veja os exemplos de como o plástico prejudica a vida em nosso planeta:
- Nanoplástico tóxico encontrado pela 1ª vez em ambos os pólos da Terra
- Pesado pela primeira vez todo o plástico dos oceanos: 269.000 toneladas
- FAO afirma: 5 trilhões de pedaços de plásticos flutuam nos oceanos do planeta
- Ingerimos cerca de 40 mil pedaços de microplásticos por ano, diz pesquisa
Da década de 1950 até nossos dias, a humanidade produziu cerca de 9 bilhões de toneladas de plástico, sendo que 7 bilhões de toneladas se converteram em resíduos poluentes.
Sobre essa questão, Inger Andersen, diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente disse:
“Esse lixo não desaparece. Podemos nos sentir bem quando o colocamos na lixeira, mas nem tudo é reciclado… 76% acaba em aterros sanitários e o restante é incinerado, o que causa emissões tóxicas e dióxido de carbono.”
De acordo com um relatório do WWF, se nada for feito para reduzir a produção e o uso de plástico, a poluição plástica nos oceanos poderá quadruplicar até 2050 e haverá danos ecológicos generalizados.
Além do mais, o plástico é feito de petróleo, por isso tem implicações para o clima e o aquecimento global.
O plástico afeta a vida em todo o planeta, repercutindo em vários segmentos de nossa existência.
Fonte: www.greenme.com.br